“Ganhe R$ 5 mil por mês só com dividendos.”
“Esse ativo vai explodir em 2025.”
“Comecei com R$ 100 e hoje vivo de renda.”
Se você já viu promessas assim nas redes, saiba: você não está sozinho.
Nos últimos anos, surgiu uma onda de “finfluencers”, influenciadores de finanças que prometem atalhos para enriquecer, viver de renda e alcançar a liberdade financeira.
Mas por trás dessa estética de sucesso rápido, existe algo preocupante: uma distorção perigosa da sua relação com o dinheiro.
Investir deixou de ser planejamento — e virou aposta.
Educação financeira virou entretenimento.
E a busca por liberdade se transformou em uma corrida desesperada por lucro imediato.
É claro que existe conteúdo sério sendo produzido na internet.
Mas a lógica das redes sociais — movida por cliques, curtidas e engajamento — favorece o exagero.
E, nesse cenário, o algoritmo valoriza promessas rápidas, gráficos impressionantes e frases de impacto.
O resultado?
A educação financeira se transforma num show. E o investimento, numa ilusão de dinheiro fácil.
Muitos finfluencers usam uma estética parecida com a dos influenciadores de lifestyle:
Poses em carros de luxo alugados.
Print de rentabilidades isoladas.
Palavras como “liberdade”, “passivo”, “renda automática”.
Mas o problema não está apenas na ostentação — e sim na simplificação excessiva de algo complexo.
Investir com consistência exige tempo, paciência e, muitas vezes, suportar a frustração de não ver grandes resultados no curto prazo.
Mas nada disso viraliza.
O que muitos finfluencers vendem como “estratégia” é, na prática, uma aposta mal disfarçada.
Criptomoedas aleatórias, penny stocks, NFTs promissoras, fundos exóticos… tudo isso pode ter seu lugar numa carteira bem estruturada.
Mas o que se vê, na maioria dos casos, é um incentivo à tomada de risco sem contexto, sem proporção e sem consciência.
O foco deixa de ser segurança, diversificação e objetivos de vida.
E passa a ser: “Qual o ativo da vez?”
O mais grave nem sempre é a perda de dinheiro.
É a distorção emocional que se forma em quem consome esse tipo de conteúdo.
Quando você acha que todo mundo está ficando rico menos você,
quando acredita que está “atrasado” porque ainda não vive de dividendos,
quando começa a ver o tempo como inimigo porque não multiplicou seu patrimônio…
…você não está investindo. Está se auto-sabotando com expectativa irreal.
Spoiler: não é você.
Muitos desses influenciadores lucram com:
Cursos genéricos de promessas fáceis.
Links afiliados que te incentivam a operar cada vez mais (gerando taxa para a corretora).
Publicidade disfarçada de recomendação.
E o mais perigoso: poucos têm certificação, responsabilidade legal ou compromisso real com sua saúde financeira.
Nem todo finfluencer é charlatão — mas vale ficar atento a alguns sinais:
🚩 Promessas de resultado rápido
🚩 Rentabilidades “garantidas”
🚩 Frases absolutas (ex: “esse ativo é certeza”)
🚩 Falta de transparência sobre riscos
🚩 Pressão para agir com urgência (“compre antes que suba mais!”)
Por outro lado, o bom educador financeiro:
✔️ Explica conceitos de forma didática
✔️ Fala sobre riscos e longo prazo
✔️ Não ostenta, ensina
✔️ Valoriza a consistência, não a euforia
✔️ Foca em decisões baseadas em objetivos e perfil, não em hype
Buscar liberdade financeira é legítimo.
Mas ela não vem de uma tacada certeira.
Vem de escolhas conscientes, feitas com paciência, planejamento e equilíbrio.
Na era da “finança de palco”, talvez a atitude mais revolucionária seja investir com calma.
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